quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

É hj que irei gastar...

Todas as minhas rimas! Sim, na poesia de hoje todos verão que gastei todas as minhas rimas e abri espaço para mais um estilo poético meu, algo mais ligado ao abstrato, espero que curtam, apesar das muitas rimas, todas estão de alguma forma interligadas e por isso a poesia toma assim forma, corpo e busca vida própria, além dos confins da mente de seu próprio criador. Postarei também uma bem antiga, relacionada aos meus tempos de juventude e que é uma poesia mais humorística, irônica, que também é uma das minhas formas de trabalhar e encarar poesia, mesmo porque tudo que remeta ao riso, mesmo que seja a mais ordiária das formas, é válida se eu conseguri reverter através disso um rosto descontente. E bem, como tenho costumado postar também obras musicais diversas, hoje irei postar um samba de um grande amigo meu aqui da ilha, o sujeito é bom no negócio e espero que vocês curtam da mesma forma que eu curti, fica aqui minha homenagem e meus sinceros agradecimentos pela cessão dele para que eu postasse a obra. Esse cara ainda vai longe, ainda verão eu escritor e ele sambista de sucesso, tocando em todas as rádios ao invés das merdas que têm sido veinculadas nas rádios atualmente. Enfim, sucesso a ele e vamos lá:




Desandou



andei sumido, calado
fui garçom, e até que eu era bom
me demitiram, coração da rua, aí vadiei
caí de bêbado e virou dia-a-dia

me embriago fácil,
com duas ou tres doses de amor
pronto pra noite, pronto pro abate
mas agora o resto me é um luxo
*

dormo na calçada, e no meio do lixo
não tenho mais nada, sinto fome
juízo eu nunca tive, por isso não perderia
gastei tudo em jogatina, bebida e putaria

e as putas agora se negam
fodi-me, e nunca mais usei minhas bolas
sem emprego, casa, amigos, grana.
eternamente barrado na casa das senhoras.

Augusto Bon Vivant




Maço

Em poesias, da vida muito faço...
Como se tudo num instante estivesse junto em um laço.
Como se cada novo amigo fosse um cadarço!
E tão logo, imenso faço um laço.


Cada cadarço uma vida, e dela da-se um traço!
Que ao achar um novo amor, deseja um inesquecível amasso...
Amasso estendido, desejado, que se acumula em um maço!
E assim novamente, vejo-me em um traço.


Todos somos um, formamos um mesmo maço,
Tal como sonhos inquebráveis, feitos de aço!
E seremos sempre simplórios guerreiros a dividir o mesmo espaço.


Creio em nossa virilidade, que jamais se quedará a um andaço!
Acredito na sua presente companhia amigaço...
E juro, orgulho terei sempre, de estarmos no mesmo maço!


Pedruba Guedes



Jaraguá, foi-se um bar

A noite é pouca, assim como meus reais
Porem encontro em cada esquina um amigo
A com ele vou a cada bar, o mais nobre abrigo
Onde sacio minha sede, com doses e doses de álcool letais
Vinde a mim o copo cheio, e que quando este esvaziar
Não ficarei somente ele a admirar
Irei com gosto e gana ele amparar, pois com amigos estou
E não cedo para o meu lar eu vou
Uma mesa de sinuca, putas pobres e uma simples jukebox
Para quem se lembrar, mais a noite nela toco P.O.BOX
Tem músicas para todos os gostos, do rock a um pagodinho
Tem ate aquela da banda do filho do Zico, Só no sapatinho
Eis que em meio a tanta musica, sinuca e gente
Uma das putas numa mesa olha para mim, mesmo cheia de pretendentes
Esfregando sua língua entre seus lábios e mordendo de leve um dos lábios com os dentes
Porém mesmo com seus truques de sedução ela não vai me conseguir
Pois meu dinheiro é curto, e somente posso mais umas cervejas e uma vodka pedir
O homem mais rico do bar pede sempre um bom vinho, coxas de frango e fichas
Fichas para a sinuca e a jukebox, porém ele toca de tudo, ele não quer rixas
As putas a ele desejam e os bêbados o respeitam
Mas indiscutivelmente ele é a figura do bar, isso todos aceitam
Para lá, uma ex eu já levei, o lugar ela não aprovou
Diz que não é lugar de gente, que lá cachaça até o diabo matou
Entretanto uma amiga dela do lugar gostou
Entretanto, nunca mais a esse buteco regressou
Ponto final de minhas festas e encontros entre amigos, ficantes e namoradas
Que terminavam sempre sob manhas ensolaradas
Um dia entre amigos e namorada, um maloqueiro muita cerveja a nós pagou
Ele queria apenas alguém para conversar, desabar, sua vida nos contou
Porem mesmo cedo ele se mandou
Foi se embora assim como chegou
Já reparei seios inoportunos grandes, e disse a sua dona
Que parecia como os das alunas do Michel, que era lugar de peitudona
Tantos foram os vinhos, conhaques, vodkas e cervejas
Lembro-me como era calmo, nunca haviam pelejas
Um dia, um aniversário na rua foi-se comemorar, e no Jaraguá ele foi terminar
Jogaram todos com o dono do bar, e de lá saímos só quando o sol veio a raiar
Logo após, numa nobre praça foram todos, inclusive eu, a de sono desmaiar
E eis quem eu vejo, na praça a chegar
Meu caro pai, num automóvel vinho a querer me levar embora
Disse eu, abraçado numa Natasha, quem ainda não era hora
Que ainda tinha muito que conversar
Meu pai assim se foi, mas em breve retornou com o mesmo pedido
Louco eu foi eu de 10 pila a ele pedir, esperando ser atendido
Fui embora para casa triste, chateado
Sem ter da ultima vaca participado
Um dia, tomávamos uma garrafa de vodka que não era do bar
O dono ameaçou fora jogar
E desde aquele dia não regressei a tão escroto buteco
Quem sabe um dia, num dia desvairado, lá faço um repeteco
Em nome dos dias em que cheiravam a álcool, galinha e mulher
E também saber que hoje em dia, é um lugar que ninguém mais quer.


Pedruba Guedes



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