Maço
Em poesias, da vida muito faço...
Como se tudo num instante estivesse junto em um laço.
Como se cada novo amigo fosse um cadarço!
E tão logo, imenso faço um laço.
Cada cadarço uma vida, e dela da-se um traço!
Que ao achar um novo amor, deseja um inesquecível amasso...
Amasso estendido, desejado, que se acumula em um maço!
E assim novamente, vejo-me em um traço.
Todos somos um, formamos um mesmo maço,
Tal como sonhos inquebráveis, feitos de aço!
E seremos sempre simplórios guerreiros a dividir o mesmo espaço.
Creio em nossa virilidade, que jamais se quedará a um andaço!
Acredito na sua presente companhia amigaço...
E juro, orgulho terei sempre, de estarmos no mesmo maço!
Pedruba Guedes
Jaraguá, foi-se um bar
A noite é pouca, assim como meus reais
Porem encontro em cada esquina um amigo
A com ele vou a cada bar, o mais nobre abrigo
Onde sacio minha sede, com doses e doses de álcool letais
Vinde a mim o copo cheio, e que quando este esvaziar
Não ficarei somente ele a admirar
Irei com gosto e gana ele amparar, pois com amigos estou
E não cedo para o meu lar eu vou
Uma mesa de sinuca, putas pobres e uma simples jukebox
Para quem se lembrar, mais a noite nela toco P.O.BOX
Tem músicas para todos os gostos, do rock a um pagodinho
Tem ate aquela da banda do filho do Zico, Só no sapatinho
Eis que em meio a tanta musica, sinuca e gente
Uma das putas numa mesa olha para mim, mesmo cheia de pretendentes
Esfregando sua língua entre seus lábios e mordendo de leve um dos lábios com os dentes
Porém mesmo com seus truques de sedução ela não vai me conseguir
Pois meu dinheiro é curto, e somente posso mais umas cervejas e uma vodka pedir
O homem mais rico do bar pede sempre um bom vinho, coxas de frango e fichas
Fichas para a sinuca e a jukebox, porém ele toca de tudo, ele não quer rixas
As putas a ele desejam e os bêbados o respeitam
Mas indiscutivelmente ele é a figura do bar, isso todos aceitam
Para lá, uma ex eu já levei, o lugar ela não aprovou
Diz que não é lugar de gente, que lá cachaça até o diabo matou
Entretanto uma amiga dela do lugar gostou
Entretanto, nunca mais a esse buteco regressou
Ponto final de minhas festas e encontros entre amigos, ficantes e namoradas
Que terminavam sempre sob manhas ensolaradas
Um dia entre amigos e namorada, um maloqueiro muita cerveja a nós pagou
Ele queria apenas alguém para conversar, desabar, sua vida nos contou
Porem mesmo cedo ele se mandou
Foi se embora assim como chegou
Já reparei seios inoportunos grandes, e disse a sua dona
Que parecia como os das alunas do Michel, que era lugar de peitudona
Tantos foram os vinhos, conhaques, vodkas e cervejas
Lembro-me como era calmo, nunca haviam pelejas
Um dia, um aniversário na rua foi-se comemorar, e no Jaraguá ele foi terminar
Jogaram todos com o dono do bar, e de lá saímos só quando o sol veio a raiar
Logo após, numa nobre praça foram todos, inclusive eu, a de sono desmaiar
E eis quem eu vejo, na praça a chegar
Meu caro pai, num automóvel vinho a querer me levar embora
Disse eu, abraçado numa Natasha, quem ainda não era hora
Que ainda tinha muito que conversar
Meu pai assim se foi, mas em breve retornou com o mesmo pedido
Louco eu foi eu de 10 pila a ele pedir, esperando ser atendido
Fui embora para casa triste, chateado
Sem ter da ultima vaca participado
Um dia, tomávamos uma garrafa de vodka que não era do bar
O dono ameaçou fora jogar
E desde aquele dia não regressei a tão escroto buteco
Quem sabe um dia, num dia desvairado, lá faço um repeteco
Em nome dos dias em que cheiravam a álcool, galinha e mulher
E também saber que hoje em dia, é um lugar que ninguém mais quer.
Pedruba Guedes